POPULAÇÃO
O povoamento da localidade ocorreu lentamente, devido a falta do elemento branco, uma vez que a população predominante na área, constituía-se de índios puris. Com a vinda do negro para mão-de-obra nas grandes fazendas produtoras de café e os senhores de engenho, o branco de origem européia, começou povoar Laje.
INFRA-ESTRUTURA SOCIAL
- Habitação:
Em 1832, as primeiras habitações eram feitas de tábuas, onde residiam os puris. Depois, foram surgindo as casas com paredes de barro e telhado de pindobas. Houve e há casas com construções sólidas, em madeira, e taipá, cujas fachadas apresentavam geralmente, janelas e portas quadradas, pintadas de azul colonial ou marron barroco. As casas tinham cor branca, possuíam porões, quartos, cozinhas, oferecendo relativo conforto. O banheiro ficava fora da casa, não fazia parte do conjunto. Estas casas eram reservadas a pessoas de alto poder aquisitivo. O restante da população vivia em casas de sapé ou pindoba.
A casa mais antiga de Laje do Muriaé fica localizada à rua Garcia Pereira, esquina com a Praça Pe. Matins e foi construída em 1854, pelo bandeirante José Ferreira César. Na parte térrea existia um salão ocupado por um bilhar.
- Abastecimento de Água e Esgoto:
Não existia abastecimento de água e esgoto, usava-se a água de cacimba e de poço.
Todo despejo de fezes e detritos eram feitos em valas por trás das casas ou em frente destas.
Em 1925, o Coronel José Garcia de Freitas, Prefeito de Itaperuna, construiu a rede de água em Laje do Muriaé, utilizando a água das chácaras Maestro Masini e Resende de Paula. Sendo estas duas fontes de água potável insuficientes para abastecer a população, o Dr. J. Bruno Silveira construiu mais um reservatório, em 1955.
- Sistema de Comunicação:
Em 1886, Reis Távora montou em Laje do Muriaé, a primeira oficina tipográfica e publicou o primeiro jornal com nome de "O LAJENSE". O segundo jornal surgiu em 1887, "O JARDINEIRO", fundado por Ernestina Fagundes Verela, irmã do poeta Fagundes Varela.
Seu primeiro exemplar foi editado em 31 de março de 1887.7 Outros jornais: "O BINÓCULO", redigido por Antônio Augusto da Cunha; "O 3º DISTRITO", fundado por José Ignes dos Reis e Dr Platão H. Garcia; "O GRITO DA LAJE", diretores: Pe. João Batista dos Reis, Felisbelo Fernandes Friaça e Octavio Marinho 8. O serviço do correio era feito através de cavalos que iam buscar o malote na estação de Comendador Venâncio.
Existia em Laje, uma rede telefônica criada pelo Major Carlino Comes da Silva, rede esta que interligava Laje a Comendador Venâncio e durou de dois a três anos.9 O primeiro meio de comunicação que existiu foi a missiva (mensagem) levada por homens que iam montados a cavalos, a grandes e pequenas distâncias.
- Associações:
Nos primórdios do século XX surgiu em Laje uma sociedade anônima, que não foi registrada e tinha por nome "Senhoras Piedosas". Eram senhoras da sociedade que levavam alimentação, remédios, roupas e também apoio moral aos menos favorecidos pela sorte.
A "Legião Brasileira" funcionou de 1910 a 1920, sob a presidência da Sra. Augusta Comes da Silva. Laje do Muriaé foi a primeira localidade a fundar uma Loja Maçônica, nestas redondezas, no ano de 1870 e teve como um dos seus presidentes o Pe. João Justiniano Teixeira de Carvalho. Esta loja funcionou na rua principal e desapareceu por volta de 1879, devido ao espírito religioso da população.
- Esportes:
- Antes de 1900, os divertimentos mais comuns eram: o jogo do pião, jogo da malha e o da peteca. O Dr. Inácio Guedes Furtado Leite iniciou o futebol, por volta de 1905,
na comunidade.
Em 1910, foi fundado o primeiro clube de futebol, "O Lajense". Mas, somente em 1916 este ficou organizado. Em 1919, existiam dois clubes: O "Fluminense Futebol Clube" e a "Associação Atlética Lajense", os quais mais tarde fundiram-se formando o "Laje Esporte Clube". Este passou por uma fase difícil, quase desaparecendo. O desportista Celso Pinto Core reorganizou-o em 1939, melhorando sua técnica futebolística.
Em 1944, o "Laje Esporte Clube" integrou-se na liga Itaperunense de Desporte (LID), sagrando-se campeão.10
- Saúde:
Antes da República, Laje possuía três farmácias: a do Sr. Antônio Lobo, criada mais ou menos em 1870, situada no centro da principal rua. Com aparecimento da farmácia do Sr. Manoel Xavier de Souza, a do Sr. Lobo desapareceu. Anos depois, o Sr. Carolino Gomes da Silva instalou a "Farmácia Confiança", no largo da Matriz. Em 1887 o farmacêutico José
Lopes da Costa Souza Júnior, estabeleceu-se em Laje com sua farmácia "Lopes Júnior, sendo substituído, após sua morte, pelo farmacêutico Manoel Costa da Gama Vilas Boas. Este, não julgando compensadores os lucros obtidos na farmácia, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando sua farmácia para o Sr. Álvaro Augusto Moraes Diniz, em 1890.
Laje foi assolada duas vezes por grandes epidemias: a de 1871 (cólera mórbus), em que não se podia formar diagnóstico porque a febre era complicada pela hepatite e icterícia. A de 1917 foi um epidemia da gripe denominada espanhola.
No final do século XIX, o Dr. Fernandes Figueira iniciou Clínica em Laje. Contou a localidade lajense com um Posto de Higiene, a Maternidade Abílio Gaberto, o asilo "Amparo à Velhice e Alberto Noturno". O Posto de Higiene,
criado em 1942, tinha em anexo uma maternidade e também fornecia remédios, dietas e serviços médicos gratuitos. Destacou-se o Dr. Ary Gomes Rosmaninho.
Em 15 de agosto de 1948, às 16 horas no salão do Posto de Higiene foi criada a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância, sob a presidência da Sra. Lizete Sette Marinho.
Nota de rodapé
1.- Vig. Antônio Martins Machado.
2-Major Porphfírio Henrique:. A Terra da Promissão p.317.
3 - Entrevista com o Poeta Sol Sobral
4 - Município em Destaque. Estado do Rio de Janeiro.1983.
5 - Manoel Ligíero. O Homem, o Rio e a Terra. p.41.
6 - Ibid.
7 - Leopoldo Muylaert. Álbum do Município de Itaperuna.
8 - Manoel Ligiéro. O Homem, o Rio e a Terra. p. 175.
.9 - M. Caspary. Há mais de meio século.P.130/131.
10- H. M. Caspary. Há mais de meio século. p.130/131.
11 - Major Porphírio Henriques. A Terra da promissão p. 318/319.
12 - Ibid.
13 - H. M. Caspary. H mais de meio século. p.130/130/131
14 - Ibid.
15 - Entrevista com o Sr. Delio Nolasco.
16 - Entrevista ao Sr Wilson Garcia Bastos.
17 - Manoel Ligiéro. O Homem, o Rio e a Terra
18 - Ibid.
ORIGEM DO NOME:
Era no tempo dos bandeirantes. A povoação vinha recebendo aos poucos os seus novos habitantes. No Rio Muriaé, na altura onde se acha o casório da Vila, existe uma laje de pedra no rio, da qual se orgulhavam os primeiros povoadores do lugar, servindo de ponto de referência aos encontros. Daí, era freqüente eles dizerem: “Vamos nos encontrar na laje”, “vamos até à laje”, “fulano está na laje”, iam sendo repetidas. Por isso, o nome atual: “LAJE DO MURIAÉ”.
RECURSOS NATURAIS:
· Serra: Serra da Divisa
· Rio: Rio Muriaé
· Outros: Pontão do Felicíssimo; Pontão Santo Antonio; Pontão do Brito: Ribeirão São Joaquim; Ribeirão Cinco Barras; Ribeirão Belmonte
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS:
· Casas Históricas: a casa mais antiga do Município (1854) é de propriedade particular. Seu estilo arquitetônico é colonial-brasileiro. Construída pelo Bandeirante José Ferreira Cezar.
· Bibliotecas: Biblioteca Municipal (localizada na Praça da Cultura) e Bibliotecas Escolares.
· Arquitetura Religiosa: Igreja Nossa Senhora da Piedade (Rua Garcia Pereira) e Capela Santo Antonio (Morro do Hospital).
· Arquitetura Rural: Fazenda do Angola, Fazenda Cinco Barras e Fazenda Santo Antonio.
· Arquitetura Civil: Casas da Rua Garcia Pereira (é um casario de sobrados particulares, formando um conjunto de arquitetura social).
CLUBES:
· Clube Recreativo e Esportivo Lajense;
· Gaivota Campestre Clube.
TURISMO:
· Cachoeira do Paranhos: a 2 km do centro. Caudalosa e com uma área de lazer;
· Cachoeira Santo Antonio: a 10 km do centro, no meio de uma mata nativa.
BANCOS:
· BANERJ – Banco do Estado do Rio de Janeiro.
· CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - lotérica
- ITAÚ
COMUNICAÇÕES:
· TELEMAR/OI
· Correios e Telégrafos;
· Fax;
· E-mail;
· Jornais: O Globo, Jornal do Brasil, O Dia, Porta-Voz, Brasil Novo, Radar.
ESCOLAS:
· Estaduais: 10 (Ary Parreiras, Campinho, Santa Rosa, Pe. José Caetano, Bom Jesus V. Alegre, Vigilato Pereira de F. Filho, Manoel de Athayde, Antonio M. Ribeiro, Fazenda da Pedra, J.I. Virgílio P. de Freitas).
· Municipais: 05 (Maestro Masini, Nicolau Curcio, Maria Petronilha B. de Freitas, Cid Barbosa de Castro e Escola de Educação Infantil).
Destacamos o Colégio Estadual Ary Parreiras, o Colégio Municipal Maestro Masini e Escola Municipal de Educação Infantil, com grande número de alunos.
SAÚDE:
· Hospital Municipal;
· Pronto Socorro Municipal;
· Laboratório de Análises Clínicas Municipal;
· Dentinho Saudável (Atendimento Odontológico Municipal);
· Postos de Saúde Municipais;
· Fisioterapia Municipal;
· Pediatria Municipal;
· APAE.
SANEAMENTO:
· Abastecimento d’água – serviço mantido pela CEDAE, através de uma moderna Estação de Tratamento;
· Esgotos residenciais e Esgoto Hispitalar – serviço mantido pela Prefeitura;
· Rede de Energia Elétrica – serviço mantido pela CERJ.
PRINCIPAIS PRODUTOS REGIONAIS:
· Arroz;
· Leite “in natura”;
· Manteiga;
· Maracujá;
· Milho;
· Limão;
· Jiló;
· Pimentão;
· Tomate;
· Feijão, etc.
INDÚSTRIAS:
· Pedras Decorativas;
· Tijolos;
· Beneficiamento de leite;
· Beneficiamento de arroz;
· Confecção.
PRINCIPAIS FAZENDAS:
· Boa Vista;
· Itú;
· Vargem Alegre;
· Santa Rosa;
· Córrego Fundo;
· Buraco Fundo;
· Cinco Barras;
· Vai e Volta;
· Ventania;
· Campinho;
· Serrinha;
· Angola.